Av. João Antonio, Sobradinho/RS. |
O cara ouve uma música, posta um vídeo... Escuta opiniões alheias no rádio, concorda ou opõe-se a elas, naturalmente. Acontece que logo esquece-se disto, pois a pauta renova-se, e as circunstâncias seguem alterando os pequenos espetáculos. Dias de lida e outros de descanso. Conciliando ou não o seu trabalho com as suas verdadeiras necessidades, sejam elas físicas ou intelectuais, como tomar um chimarrão, frequentar a academia, planejar um jantar, cuidar de si mesmo e dos seus. Prioridades do momento ou de uma vida inteira. Quem sabe, curtir a balada, ir ao pub, tomar umas e outras, aquelas que a sua saúde permitir.
Esse cara poderia ser qualquer um de
nós. Pobre ou rico, feliz ou triste, vindo da cidade ou do interior,
curtindo funk ostentação, bandinha, pagode, gauchesca, rap, rock, dance ou
sertanejo universitário. Todo mundo, pelo menos um dia em sua vida, já saiu
chapado no bobódromo. Digo isso com a prerrogativa de que a sua droga possa ser
você mesmo, ou seja, o seu ego.
Centro de Sobradinho/RS. Fonte: Blog da Casa da Cultura |
Chapar-se, nesse caso, pode ter
alguma ligação com nosso estado, deambulante, andando em círculos, alheios ao mundo real, à natureza, às relações
e ao estado de coisas que não estejam intrinsicamente vinculados ao "poder
de ter". Ao invés de cultivarmos o verbo "ter"... sobrevivo filosoficamente buscando o "ser", "estar", "parecer" ou
"mover-se". Contra ou seguindo a corrente, encarar o presente.
Vivemos em uma bolha. De alguma
forma, dimensões paralelas, talvez vivamos iludidos com a realidade a qual supomos existir. Estamos
chapados, andando em círculos, diante da mesmice da vida, do sarcasmo, da
maldade alheia, da estupidez multiplicada ao infinito. E quem sabe, num breve
momento, possamos acordar, olharmo-nos e permitirmo-nos a sair da bolha. No meu caso, por ora, para refletir e aventurar-me na escrita.
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