Uma casa se constrói estando nela. De paixões e ódios, todos
passageiros, em torno de sua construção. Uma casa retrata o potencial que temos
de empreender em favor de um lugar. De uma casa todos precisamos. Um teto para
morar, viver, uma residência. Não interessa se ela é a casa dos sonhos ou
aquela alternativa possível, dentre as possibilidades, a casa é sua.
Se é minha, vou pintar com minhas cores favoritas, encher as paredes de
quadros, decorar com o meu estilo, fazer aquele ambiente o local ideal para
viver bem. Uma casa não se constrói apenas de paredes, teto, forro, portas e
janelas. É necessário vesti-la, deixá-la aconchegante. Nada mais apropriado do
que torná-la um retrato de quem a habita. Zen ou caótico, conforme o dia, é
possível sentir o ambiente. No espaço físico há energias que transitam
permanentemente. Também pode haver luz ou ser sombria, ser quente ou fria, tudo
deve ser pensado para torná-la mais aconchegante.
A casa a qual
habitamos, o nosso corpo, não é diferente. Também merece ser cuidada para
tornar-se acolhedora para a nossa alma. Se descuidarmos da casa de dentro,
sentimos como se tivéssemos um sinal de alarme soando dentro de nós. É preciso
ouvi-lo antes que se transforme num problema de saúde. Cuidar de si é como regar
as plantas no jardim, não podemos esquecer um dia sequer de regá-las. Também
somos regados por alimentos saudáveis, exercícios para o corpo e movimentos
para alma. É necessário movimentar a alma, refazer os significados, reconstruir
a casa de dentro, quando suas paredes ameaçam despencar. A casa de dentro é
mais importante do que a casa em que vivemos no plano físico, pois sem ela não
podemos desfrutar de nada do que construímos.
Foto: Larissa Scherer |