Sentada, olhando para o horizonte,
Entre um pensamento e outro, paro,
Observo, inquieta, a roda-gigante da existência,
O momento passa com insistência,
Na cabeça, mil ideias, num disparo,
Sigo sempre em frente.
Sinto pelo não-dito, pelo não-vivido,
Suspiro e dou vazão ao lamento,
Sei que de nada adianta, em pensamentos, nadar no infinito,
Com a visão nebulosa, olhando ao longe o firmamento.
Não sinto mais dor, nem confusão,
Escuto o vento,
Estou em sintonia com o coração.
Quero e aceito o que vier de dentro,
Na expectativa de um dia alcançar a iluminação,
A meditação, todo dia, o meu intento.
Pois não existe nenhum som do mundo que seja maior sinônimo
de evolução
Do que o silêncio.
(29/09/2014)
Praia do Guincho, Cascais, Portugal, 2010. |